quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Oficina de Teatro Evangélico

Oficina de Teatro Evangélico

Introdução


Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. (1 Co 9:21)

           A definição mais conhecida de “teatro evangélico” é a que diz que, este é o responsável por trazer “Jesus em Cena”. E está aí a principal diferença entre o teatro secular e o teatro evangélico: Jesus, tanto na mensagem como nas pessoas que levarão a mensagem.
           A questão agora é: Como levarei a mensagem de Deus através do Teatro?
Pense numa rádio, você está ouvindo música, até aí tudo certo, porém, bem na hora que toca a sua música predileta começa a dar interferência. Você põe “bombril” na antena, dá uns tapas no rádio, tenta sintonizar a estação, e nada, “A Voz do Brasil” (aquele programa chato) ou as notícias da CBN insistem em atrapalhar a transmissão da música.
           Sabe porque a ilustração da interferência? Porque uma vez que o mais importante no teatro evangélico é a mensagem, ela não pode ser passada com “interferências”, muito pelo contrário, tem de ser espiritual, ungida e nítida.
           Mas o que é necessário para se passar uma mensagem nítida? Cuidar de três aspectos: O espiritual, o grupo e a técnica, e as interferências ocorrem justamente quando omitimos ou negligenciamos quaisquer destes aspectos.

Espiritual – Como vamos encenar sobre Jesus e Sua Palavra se você não está em “sintonia” com Ele?
Grupo – Nenhum trabalho é feito sozinho, Deus “ordena a benção” onde há união e concordância.
Técnica – Você já viu um jogo de futebol onde todo mundo corre atrás da bola e não sai nada? Pode até ser engraçado no princípio, mas depois se torna entediante, pois ninguém ali sabe ao certo o que está fazendo.    Como as pessoas prestarão atenção se nos mostrarmos despreparados, tal como o jogo citado?
"Ser bênção para a vida dos outros é criar os meios para que a graça de Deus os envolva trazendo salvação, reconciliação, cura e libertação. É agir para que o cansado encontre alívio, para que o doente ache consolo, para que o perdido seja achado. É usar os dons e talentos que Deus nos deu para criar novas esperanças e para alimentar a fé de outros" (Pr. Ricardo Barbosa de Souza).

Primeiro Ato – O Espiritual

              E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. (1 Ts 5:23)

             Se você soubesse que iria ganhar uma oportunidade para pregar no Domingo a noite, como reagiria? Iria assistir TV e dormir a semana toda passando longe da Bíblia ou iria se dedicar à oração e a leitura bíblica? Não é porque a forma de pregação é diferente, que vamos nos preparar espiritualmente de modo diferente.
            Fazer uma peça de teatro não é brincadeira. Estamos oferecendo nossas vidas para a pregação do evangelho. Logo é OFERTA, e oferta não pode ser qualquer uma, nem oferecida num altar de qualquer jeito.

e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. (2 Cr 7:14)

Conserte o altar – Tem algo errado em sua vida? Aquele erro no qual você se acomodou, uma mágoa guardada, um pecado não confessado, enfim, algo que te impede de servir a Deus com o coração INTEIRO? Não dê lugar ao acusador, peça ao Espírito Santo que mude a sua vida e faça a sua parte, fugindo daquilo que te faz cair e não se envolvendo com práticas que te induzam ao erro, ainda que a prática em si não seja errada.

Ore – Dependemos de Deus em tudo, desde a vida de cada integrante, passando pelo texto, chegando na apresentação e culminado com as vidas que assistiram. Tudo depende da benção de Deus e nós dEle. (Jo 15:5).

Leia a Bíblia – Se através da oração você fala com Deus, através da leitura bíblica você ouve Deus falar. Como você irá pregar de algo que não conhece?

                   É possível interpretar um cancerígeno sem nunca ter tido câncer, ou mesmo um drogado sem nunca ter experimentado drogas. Mas dificilmente você conseguirá transmitir Cristo se não teve uma experiência verdadeira com Ele.

                  Um trabalho espiritual, se faz com pessoas espirituais, não negligencie a consagração, a oração, o jejum e a leitura bíblica, eles são necessários não apenas para quem trabalha na Obra de Deus, mas são fundamentais na vida de qualquer cristão.

Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas, glória, pois, a ele eternamente. Amém! (Rm 11:36)

Dele – A obra é de Deus, não se esqueça disso, principalmente quando pensar em fazer de qualquer jeito, seja porque está triste ou por achar que ninguém reconhece seu trabalho.

Por Ele – Não é para aparecer, para se divertir, ou para seus pais tirarem fotos sua, é por amor a Ele. Por Ele ainda nos lembra que sem Ele nada podemos fazer, ou seja, não é por mérito seu, ou meu, e sim por Ele.

Para Ele – O intuito principal não é agradar o líder, ou mesmo orgulhar sua mãe, e sim, oferecer um trabalho a Deus. Ofereça seu tempo, sua dedicação, sua vida a Deus, pedindo que Ele te use conforme lhe aprouver. E lembre-se que para Deus não é o que sobra ou o que não te faz falta e sim, o melhor.

porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. (Ef 6:12)

Com o tempo você perceberá que quando trabalhamos para Deus, tudo tende a dar errado.

                 Boa parte do que dá errado é nossa culpa, falta de ensaios, de organização, de disciplina, etc. Porém existem coisas que são claramente investidas do inimigo contra nós: Aquela voz na sua cabeça dizendo que vai dar tudo errado, que você está em pecado e por isso Deus não vai te abençoar, que você é um inútil e que Deus nunca te escolheria ou te usaria. Ou mesmo aquela briga com seu amigo na véspera da apresentação, uma fofoca armada para cima de você ou aquela palavra que mesmo sem intenção é arrasadora e vem justamente de uma pessoa que você nunca imaginava ouvir.

                Saiba que Satanás sempre lutará contra a Pregação do Evangelho, pois ele sabe do poder que tem a Palavra de Deus (Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. (Hb 4:12)). Não se deixe abater, nem dê ouvidos ao inimigo, ele é o pai da mentira (Jo 8:44), confie em Deus pois, maior é o que está em nós do que o que está no mundo (1 Jo 4:4) e em Cristo, somos mais do que vencedores (Rm 8:37).

                 A luta com certeza vai vir, os problemas com certeza vão surgi e você precisará de maturidade e força espiritual para lidar com isto. Por isso não comece a fazer teatro por qualquer outro motivo que não seja servir a Deus, pois você pode se decepcionar.

                  Fazer teatro assim é fazer como Jesus faria. É tornar-se um reflexo de Cristo e, com isso, trazê-lo pra perto do público. É dividir a vida abundante, que temos recebido de Deus, com outros. Logo é engrandecer e fazer conhecer o Reino de Deus. (Frase retirada do site http://www.montesiao.pro.br/teatro/menuteatro.htm)

Segundo Ato – O Grupo 

Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!
porque ali o SENHOR ordena a bênção e a vida para sempre. (Sl 133: 1 e 3b)

Grupo: Conjunto de indivíduos que têm interesses comuns.

Num grupo não existe a filosofia do “cada um com seus problemas” ou mesmo a “dos melhores sobrevivem”, somos todos, ainda que diferentes, integrantes de um trabalho, cada qual com sua importância, não existindo assim o maior ou o melhor e sim UM OBJETIVO.

Você costuma assistir horário eleitoral? Provavelmente não, mas com certeza já viu ou ouviu falar do PRONA, o partido do Enéas.

Há algo que me chama a atenção neles, eles fazem questão de ser diferentes, primeiro com a música de fundo que parece mais vinheta do “Supercine” com filme de suspense do que fundo para propaganda eleitoral (que geralmente ou são musiquinhas ridículas com rimas mais toscas ainda, ou algo que demonstre a circunstância: alegria quando vai pedir seu voto, tristeza quando fala da atual situação e assim vai) e segundo, a forma que eles transmitem a mensagem:

Falamrápidoiguaisunsdesesperadosparecemquenemrespiramdireitoenofinal: 5650, meu nome é Avanirrrr!

A identificação do grupo é importante, e não me refiro aqui ao nome do Grupo e sim sobre seus objetivos, a forma como encara o trabalho. Eis algumas características imprescindíveis:
Temor a Deus;
Submissão aos líderes;
Responsabilidade;
Bom testemunho;
Comunhão, uns com os outros. *

*Apesar de enumerado por último, este é o mais importante, haja vista que Jesus disse que reconheceriam que somos Seus discípulos, se nos amassemos um aos outros,

Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar. (Ne 4:6)

Neemias sofreu para construir o muro, alguns judeus se colocaram contra o trabalho, armaram intrigas, intentaram de todo o jeito desmotivar, mas com a ajuda de Deus e a união do povo que se engajou na construção, o muro foi construído para a honra de glória de Deus.

O Princípio da Igualdade

Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. (Jo 13:16)

Você lembra da definição de grupo? Estamos reunidos em torno de um interesse comum: Servir a Deus através do teatro.

Note bem que intérpretes, músicos, diretores, auxiliares, todos, sem exceção, são SERVOS DE DEUS. De forma que não há o mais importante, ou o melhor, todos nós somos iguais, com responsabilidades iguais, porém em departamentos diferentes.

O Princípio da Ajuda Mútua

Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. (Fl 2:3)

Calma, isso daqui não é aquela corrente ridícula que diz que você tem que mandar seis reais pelos correios e esperar o dinheiro chover na sua conta corrente.

Em Isaías 41:6 a Bíblia diz que um ou outro ajudou, e ao seu companheiro disse: esforça-te. O princípio da ajuda mútua é justamente isto, ajudar seu companheiro ao invés de deprecia-lo.

Não fique irritado com seu irmão só porque ele não possui as mesmas habilidades do que você. Somos um grupo justamente para que os talentos de um supra a falta dos outros.

Esteja disposto a aprender, ninguém sabe tudo, elogie, critique construtivamente, o apoie, enfim, o ajude.


Terceiro Ato – A Técnica

Porque quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não faz mal! E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo, não faz mal! Ora, apresenta-o ao teu príncipe, terá ele agrado em ti? Ou aceitará ele a tua pessoa? – diz o Senhor dos Exércitos. (Ml 1:8)

Lembra que através do teatro, oferecemos nossas vidas a Deus, a fim da propagação do Evangelho de Cristo?

Pois bem, a vida você já viu como deve ser, consagrada. Mas e o trabalho, pode ser de qualquer jeito?

Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma. (Ec 9:10)

Conforme as tuas forças quer dizer que não é além, nem aquém do que você pode dar, mas sim que você deve oferecer o máximo, mesmo que isso aos olhos das pessoas não seja o melhor. Sempre terá o que aprender, sempre terá erros para serem corrigidos, os erros existem não para nos impedir, mas para nos motivar a não pratica-los mais.

Não é porque somos armadores que vamos fazer de qualquer jeito.

Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulentamente (Jr 48:10 b) ou ainda relaxadamente, ou mesmo negligentemente, dependendo da tradução.

Faça o seu melhor, isso incluir o melhor do seu tempo, do seu empenho, da sua disciplina, da sua vontade, do seu estudo, da sua experiência espiritual, tudo isto não para mostrar aos homens e sim para oferecer a Deus.

O Texto

Vamos começar do começo por uma questão de princípio. (risos).

É no texto que a técnica começa a ser desenvolvida. Cada frase, cada palavra ali escrita tem um obejetivo, por isso, não pense que é só chegar no dia da apresentação e falar “aquilo que vier na telha”. O Texto precisa ser estudo, entendido e aprendido.

Entender e Aprender

“Tem que decorar o texto!”, “tem que decorar o texto!”, quem nunca ouviu isto em se tratando de teatro? Mas esqueça isto, você tem que entender e aprender o texto, não decora-lo.

“Isto significa que eu não tenho que ler o texto diversas vezes?”, errado, isto significa que você tem de ler até entender o texto, o que ele quer ensinar, qual sua mensagem principal, quais são as mensagens secundárias, enfim, entender o que ele é e aonde quer chegar. E depois aprende-lo, de onde ele sai, por onde passa e quando termina.

“Dããã, então é o mesmo que decorar, oras!” errou de novo. Simplesmente decorar o texto vai tirar bastante do seu poder de interpretação, pois estará simplesmente repetindo um texto vazio, sem no entendo saber o que está falando, igualzinho um papagaio.

Quando você entender texto vai saber o que e o porquê está falando, e quando aprender, saberá quando irá falar. Ou seja, terá liberdade para VIVER o personagem e não simplesmente repeti-lo.

Ainda terá a vantagem de modificar o texto, sem sair do contexto ou mesmo improvisa-lo se alguém errar as falas na hora, pois sabe muito bem onde está e aonde quer chegar.

Vamos separar as coisas para facilitar.

Entendendo o Texto

A Mensagem

Qual é a história?
Qual é a mensagem principal?
Quais são as outras mensagens (secundárias)?

As Falas

Porque isto foi escrito?
Qual é o propósito desta fala?
Qual a importância desta fala?

Personagem

O nome
As características
A função na história
O ápice (entrada ou fala crucial na história)
Como entra, o porque entra na história.
Como se desenvolve e o que causou o desenvolvimento?
E como termina na história.

Estes três últimos são fundamentais quando um personagem passar por mudanças na história, exemplo: Começa crente, se desvia e depois retorna para a Igreja.

Parece difícil né? Mas acredite, na prática é bem mais fácil do que mostra a teoria.


Aprendendo o Texto

Quando você entende cada elemento do texto, fica mais fácil aprende-lo. De forma que você precisará apenas memorizar o ENREDO.

Exemplo: João sai da Igreja, se envolve com drogas, encontra sua ex-namorada, desabafa com ela, ela o despreza, ele tenta se matar, encontra um velho amigo que o evangeliza, mas recebe a mensagem com aspereza, mandando que o amigo nunca mais fale com ele, desiste de se matar, vai na Igreja, ouve mais uma vez o Evangelho, volta pra Jesus, ora, encontra novamente sua ex, fala de Jesus pra ela e ela se converte.

Ufa! Primeiro você entendo o que vai falar e o porque vai falar, depois aprende quando vai falar.

Imaginação na Dose Certa

Antes de interpretar um personagem você o imagina ou mesmo tem uma certa noção de como ele será: Alegre, emburrado, fofoqueiro, etc.

Isso é muito bom, pois te dá uma base do que irá fazer no palco. Porém, isto pode nos levar a cometer erros, como investir em estereótipos.

Não tem coisa mais chata do que uma imitação mal feita, fica parecendo gente famosa fazendo comercial, aquela coisa dura, forçada, por isso, seja ORIGINAL, represente com a máxima realidade possível.

As pessoas se identificam com a realidade, invista nos detalhes, mas não deixe que o detalhe seja maior do que todo o personagem.

Exemplo: Vais interpretar um fofoque iro? Errado, vais interpretar o João, que é invejoso, bisbilhoteiro, é apaixonada pela Maria e para tirar todos do seu caminho, faz fofocas.

Não resuma seu personagem a uma característica, coloque nele, tiques, manias, um jeito de falar diferente, o incremente, sem sair do natural.

Use a sua imaginação para visualizar toda a apresentação, não só o seu persongem, pense em cada detalhe, no seu companheiro de cena, enfim, imagine! Seja o primeiro crítico do seu trabalho.

A imaginação é o primeiro exercício do teatro, mas tem que ser na medida certa.

A Importância das Deixas

Deixa é a palavra ou expressão que deixará a idéia a ser seguida na próxima fala. Em outras palavras, deixa é a palavra ou expressão que você não pode deixar de falar, pois tornará a próxima fala sem sentido.

Exemplo: - Ah, Jesus, ninguém merece viu! – Ah, Jesus, digo eu Drika, porque você acha que não serei missionário?

Já pensou se o intérprete dissesse “Eu mereço” ou “Dããã” ao invés de Ah, Jesus? Iria deixar a outra fala sem sentido, ainda que esteja dentro do contexto.

Preste atenção nas deixas, identifique-as no texto e não deixe de fala-las.

Por isto, o estudo, entendimento e aprendizado do texto são tão importantes, pois você diminuirá a chance de pular as deixas e se caso alguém pular as suas, conhecerá tão bem o texto, a ponto de improvisar sem fugir do assunto.

A Interpretação

Agora que você estudou o texto, aprendeu o enredo dele e imaginou o personagem, é só coloca-lo em cena: Simples!

Brincadeira eu sei que não é simples, interpretar é complexo e desgastante mas também é muito bom.

Viva o Personagem

Interpretar: Explicar; traduzir; tornar claro o sentido de; Reproduzir pensamento de;
Representar: Exibir uma peça de teatro, pondo-a em ação no palco ou desempenhar um papel na peça em ação;

Interpretar vai muito além do que defini os dicionários, explicar, esclarecer, exibir-se, isso qualquer um faz, porém, dar vida a um personagem não é uma tarefa tão simples assim.

Você já teve ter ouvido que o segredo para chorar em cena é pensar em algo muito triste. Pena que existe tanta gente enganada a esse respeito.

Um personagem não é um amontoado de falas, muito pelo contrário, é uma pessoa cheia de sentimentos, razões, defeitos, qualidades e etc.

É por isso que estudamos o personagens, para que durante alguns momentos possamos não repetir falas e sim, viver uma outra pessoa, num outro lugar, repleto de pessoas diferentes.

Está ai o segredo para interpretar, não apenas por em ação um personagem, mas vive-lo com toda a intensidade, demonstrando seus anseios, seus medos, suas alegrias e suas tristezas.
Se meu personagem perde a mãe o pai e é rejeitado pelo restante da família, porque vou ficar pensando na morte da bezerra para chorar em cena? Oras, eu sou, naquele momento o injustiçado da vez, eu estou sofrendo igual um condenado, logo vou chorar, e muito, diga-se de passagem (risos).
Por isso, esqueça quem você é, a final, durante aquele momento, não vai ser a Mariazinha fazendo papel da Joana, e sim a Joana em palco.
“Nosso teatro é a arte de usar tudo para ser, por alguns momentos, quem não se é, para sendo quem se é, ganhar outros que não sabem quem são, porque são, onde estão e para onde vão.” (Frase retirada do http://www.montesiao.pro.br/teatro/menuteatro.htm)

Concentração

É muito difícil se concentrar, a ansiedade, o medo, o público, o diretor, os auxiliares, todos eles criam um clima estressante que pode gerar em você dois sentimentos: O de entrar em cena logo e acabar de vez com aquilo tudo ou o de sair correndo na primeira oportunidade.

A concentração é o meio mais fácil de driblar todos esses sentimentos, pois quando está concentrando, não importa o que acontece a sua volta, os microfones chiam, o contra-regra tropeça e isso não lhe comove, ou seja, aconteça o que acontecer você está pronto para viver o personagem.

Existe um sentimento que é o pior empecilho para quem precisa se concentrar: A falta de confiança, e ela se manifesta sob dos aspectos, pessoal e espiritual.

Pessoal: Deveria ter orado mais, ensaiado mais, lido mais o texto, prestado mais atenção, desistido logo no começo... Pode parar com isso! Na hora da apresentação não adianta se lamentar, o que está feito, está feito. Então esqueça essas murmurações e faça o trabalho.

Espiritual: Não vai dar certo! Deus não vai abençoar! O Pastor vai reclamar! Vocês vão ser envergonhados! Como satanás é mentiroso. O pior é que às vezes perdemos tempo escutando ele. Não dê ouvidos as setas e conversinhas furadas do inimigo, confie em Deus, coloque Ele na frente de tudo, inclusive da sua vontade.
lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. (I Pe 5:7)

É natural que você sinta medo, ou mesmo aquele famoso friozinho na barriga, por isso fique tranqüilo, procure se acalmar e lembre-se que Deus está no controle de nossas vidas, nEle podemos confiar.
Movimentação e Posicionamento e Cena
Teatro não é jogral, logo não é para ficar ali parado com cara de paisagem recitando textos.
Teatro é ação, por isso, gesticule, mexa-se, e se movimente, dando a cena ritmo. Utilize o palco inteiro, todo aquele cenário a sua disposição, por isso “encha o palco com a sua presença”, faça com que as pessoas entrem no ritmo da peça. Lembre-se que não é porque você tem que ficar no mesmo lugar que você não vai se mexer, interaja com seus companheiros de cena, abraços, tapinhas, “pedaladas”, beijos e cumprimentos diversos, deixam a cena mais real e melhor para assistir.
Não esqueça de que o público quer te ver, por isso, nunca dê as costas para ele, além de falta de educação, deixa a peça muito feia. Quando precisar andar, conversar em “rodinhas” faça sempre de lado, de modo que ainda que não te vejam inteiramente, possam te ver de perfil.
O melhor local para as pessoas te verem é o centro, por isso ainda que você se movimente muito, procure sempre o centro do palco, principalmente para monólogos e “rodinhas” onde não dá para ficar andando em cena.

O Corpo 

Somos acomodados, basta ver a dor que sentimos quando tentamos praticar qualquer tipo de exercício, quando não nos acostumamos a faze-lo.
Não vai ser no dia da apresentação que você vai ganhar mobilidade, até para cair você tem que ter jeito, a fim de não parecer forçado e nem se machucar.
Movimente seu corpo em casa, em frente o espelho, vá aos poucos (isso mesmo, aos poucos, e não igual um desesperado, se não vais ganhar luxações sobre luxações) movimentando se corpo, esticando daqui, flexionando dali, enfim, conhecendo suas limitações.
O Rosto
Gestos falam mais do que muitas palavras, mas gestos mal feitos matam atores de vergonha.
Sabe aquela cara de tristeza que ficou parecendo que o cara estava com dor de barriga, ou aquela expressão de felicidade que ficou com um jeito muito idiota? Pois bem, isto tudo pode ser corrigido se você conhecer bem seu rosto.
Vá para o espelho de novo (inimigo dos gordinhos, mas que quebram um super galho), faça expressões de choro, riso, dor, felicidade, alegria, espanto, apaixonado, enfim, vá modelando e conhecendo seus fortes e fracos.

A Voz 

Falar alto é diferente de gritar, é necessário que você conheça sua voz, saiba seus limites, em que tom ela fica mais bonita, etc.
Um bom exercício, é contar de 1 a 10 aumentando gradativamente o tom de voz, sendo o 1 o mais baixo e o 10 o mais alto.
Porém além de conhecer sua voz, é necessário que você cuide bem dela:
Não fique gritando igual um doido;
Não fale em ambientes onde haja competição (ex: onde a música está alta e você precisa se esforçar para falar e para ouvir);
Não deixe a garganta seca, tome sempre muita água;
Coma maça, ela é ótima para “limpar a garganta” e evite refrigerantes e bebidas muito geladas.
Como dito anteriormente, falar alto não é gritar, é colocar a voz de tal modo que a pessoa sentada na última cadeira possa nos ouvir com clareza. Para tanto é necessário que você respire bem e fale com firmeza, sempre tendo o objetivo de ser escutado por todos.

Os ensaios 

Apesar de parecer massante, os ensaios são necessários, são neles que corrigimos os erros, ganhamos familiaridade com o texto e demais personagens, acertamos detalhes, modificamos, enfim, os ensaios são muito necessários.
Não negligencie os ensaios, só porque acha que tem mais facilidade de aprender do que os outros, ensaiar uma cena onde há mais de um personagem sozinho ou com o elenco incompleto, até para fazer, mas compromete muito o resultado final, por isso, não falte aos ensaios, e nem chegue atrasado (se for NECESSÁRIO avise com antecedência).
Falta de compromisso com dias e horários é no mínimo desrespeito aos demais integrantes do grupo.
Não é porque uma cena está fechada, ou seja, completa, com todos os detalhes acertados, que não iremos ensaiar mais, como tudo na vida, quando fica em desuso acaba perdendo o jeito, fora que ensaiar repetidas vezes te dará segurança.
Vá além dos ensaios oficiais, ensaie em casa, na frente do espelho, com seu irmão (eles são os melhores críticos, não precisa levar em consideração tudo, mas boa parte vale a pena), passe o texto com ele, etc.
Praticando todo dia, será muito mais fácil “entra no clima” da peça do que ensaiar apenas aos fins de semana.


O Último Ato – Os Frutos 

Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia. (Tg 5:7) 

Chegou a parte boa, os resultados!

Pensando no âmbito material, os frutos do teatro seriam elogios, parabenizações, aplausos... mas, como estamos falando de um trabalho espiritual, os frutos também são espirituais.

Os frutos espirituais não se resumem a um acontecimento ou a algo específico, mas em duas esperas:
Pessoal: O que o trabalho modificou, edificou ou acrescentou na sua vida? Primeiro a mensagem alcança você, depois alcança as outras pessoas.

Público: O público recebeu a mensagem? Foi edificante, consolador ou exortivo? O público prestou atenção e acompanhou realmente a história? Ás vezes vemos que o público recebeu a mensagem, mas não vemos mudanças imediatas, mas fique tranqüilo, a Palavra de Deus não volta vazia, com certeza o fruto surge, ainda que não seja aparente.

Fechando as Cortinas 

Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. (1 Co 4:7)

Talvez ao ler esse material você pode esteja pensando que há inúmeros motivos para não fazer teatro, afinal, existem meios menos trabalhosos para pregar o Evangelho.

Augusto Boal disse que o “Teatro é uma arma poderosa”, porque então, vamos negligenciar essa “arma” só pelo trabalho que ela nos causa?

Ademais, nossa capacidade vem de Deus, é dEle que vem toda a boa dádiva, todo o tom perfeito. A nós, cabe usar os talentos que Deus nos tem dado.

Somos fracos, somos limitados, somos dependentes de Deus e somos movidos por Sua Graça, trazendo no coração a vontade de fazer mais e melhor para Deus.

Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes.

E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para confundir as que são; Para que nenhuma carne se glorie na presença dele. (1 Co 1:27-29)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Courtemanche faz Exercícios de Musculação

Clownbrasil - A diferença entre Palhaço e Clown

A diferença entre Palhaço e Clown
Marcadores: Andre Bizorão, texto



Alguns leitores já podem estar pensando: “Puxa, lá vem mais um que gosta de usar a palavra Clown, mania de ficar usando palavras difíceis e em inglês”; Desculpe quebrar esse seu pensamento, mas Clown não é uma palavra de origem inglesa... Atualmente traduz-se como palhaço, mas essa palavra tem uma origem muito antiga e qualquer pesquisa no Google vai te mostrar que Clown é originado na palavra “Clod” que significa rústico, também pode ser usado para nomear o simples camponês que trabalha a terra.

Enquanto Palhaço é originado na palavra “Paglia” (palha), que era usada para revestir os colchões, no inicio, a roupa do palhaço era feita do mesmo tecido grosso e listrado dos colchões.

Comparando a origem das palavras, chegamos à conclusão que palhaço e clown são tão parecidos quanto à farinha e a farofa! Podem ter o mesmo ingrediente, mas são totalmente diferentes. Ambos são vistos como um indivíduo desajeitado e engraçado.

Não vou analisar a fundo as diferenças da maquiagem e da roupa entre clown e palhaço, mas é importante dizer que os palhaços geralmente são mais coloridos, com mais detalhes e mais chamativos, poderia até dizer que o palhaço carrega consigo a obrigação de fazer rir e de usar a menor mascara do mundo: o nariz vermelho! O palhaço e o Clown são ridículos por natureza, qualquer um que olhar vai dar um descrédito imediato á essas figuras, dando uma importância mínima, esperando que sirvam unicamente para causar um sorriso imediato, e pelo contrário, em séculos passados sábios usavam dessa liberdade para criticar aos reis e mandantes tiranos, sem sofrer nenhuma conseqüência (volto á esse assunto nas próximas postagens).

Aqui chegamos á um ponto importante, até o presente momento tem-se uma diferença mínima, porém, a palavra “Ridículo”, nos traz de volta ao tema.

O palhaço é um ser ridículo, o ser que ninguém quer ser, muitos o apreciam com a finalidade de rir somente, e para isso ele está ali! Pouquíssimos olham com admiração e dizem “Também quero ser palhaço”, e os que fazem isso estudam técnicas milenares dos palhaços, como cair, dar cambalhotas, chutes na bunda, e muitas outras “Gags” que são piadas visuais utilizadas por palhaços e cômicos durante séculos. Sem medo de errar, digo que os palhaços são personagens importantes que alguns atores ou simpatizantes assumem para alegrar esse mundo caótico e por muitas vezes, chato, onde um quer ser melhor que o outro, mostrando-se poderoso, imponente e bem vestido. O palhaço deixa de existir quando o ator o descaracteriza, tirando a roupa e a mascara.

O Trabalho do Clown difere-se já na construção, o ator ou simpatizante é submetido á uma preparação de auto-aceitação, onde deve brigar contra seu ego, contra a necessidade de aprovação que a sua educação lhe impôs e o mais difícil, deverá ver-se!
Sim, até parece fácil sob uma olhada ligeira, mas quem realmente vive ou diz o que sente? Extrair isso de si é dolorido e gratificante, pois, a desmontagem nos dá a possibilidade de remontar as peças de uma maneira que sejamos mais felizes com o nosso “eu interior”, o clown vive o seu ridículo, aceita os seus defeitos e mostra-os sem medo de ser excluído por ser diferente; a diferença que mais pesa entre o palhaço e o clown está aqui, esse trabalho de clown não acaba quando ele retira sua mascara vermelha e sua maquiagem, ela prevalece em sua vida o tornado mais feliz
Um exemplo bem comum é aquela pessoa que não se importa com os apelidos que lhe são dados pelas deformidades que tem, e os mesmos acabam “não pegando”.

E você? É palhaço ou Clown? Não sabe? Vai estudar, busque um professor (a) que possa lhe instruir de maneira correta (cuidado com os picaretas, que vendem o curso de clown e dão aulas de palhaço). Ah, mas você quer ser palhaço? Sem problemas, procure uma escola de palhaços, o mundo é carente de sorriso e nós que temos a essência da comicidade devemos lapidar o dom que nos foi dado e usa-lo em prol de um mundo mais feliz.

Agora se você simplesmente não concordou com nada que escrevi acima, acha que se deve usar somente o nome palhaço pra tudo e pra todos, fica o meu pedido pra que não faça guerra, não brigue por sua opinião, não faça da sua opinião um imposição, e lembre-se que esse colunista é ridículo, sendo assim um humano comum que erra!
Ao invés de brigar, junte e use sua energia pra fazer alguém rir!

fonte: http://www.clownbrasil.com/search/label/texto

Charlie Charplin

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Cidade da Luz comberta de Trevas

         Em Porto Velho-Ro é um local que mais possui 'crentes', creio eu que seja uma das cidades mais evangelizadas, mas pq essa é uma cidade tão violenta?? "a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam" (Jo 1.5). Nem é preciso dizer onde quero chegar. A cidade da "luz" coberta de Trevas. A cidade está coberta por crentes mas quantos são servos? Quantos vivem o 'AMOR'?
        É mais que evidente, os crentes estão levando a palavra de Deus, mas pq existem tantos desviados? Será que devemos ficar quietos? Já que a salvação é individual vamos viver em nossas 'bolhas' afinal as pessoas não são meus irmãos de sangue, pq eu perderia meu tempo acompanhando as dificuldades do meu próximo? 
        Pra vc que ainda não caiu a ficha, Jesus deu a vida Dele por vc sem medir esforços. Vc é melhor que Ele pra dizer que não tem tempo pra ajudar seus irmãos em Cristo Jesus? 
Esse é o nosso tempo, vamos fazer a diferença, vamos ser luz.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Palhaços do Evangelho

Conheça o trabalho realizado pela Missão Terra dos Palhaços
Tiago Monteiro
Nem sempre brincar com coisa séria é sinal de desrespeito. Prova disso é o surgimento da Missão Terra dos Palhaços, grupo que veio para quebrar paradigmas da igreja e dar uma nova cara à mensagem do Evangelho. A missão tem um precursor que, ao trabalhar de cara pintada e nariz de palhaço, trata com seriedade o tema “ganhar almas”. Seu nome é Paulo Cesar de Souza, 37 anos, conhecido também como Palhaço Paulinho.

Paulinho é missionário da organização Mocidade para Cristo e, desde 2001, sonhava com um trabalho de evangelização nas escolas de Belo Horizonte (MG), região onde mora. “Para isso, costumamos dizer que temos que conquistar o direito de ser ouvido. Na conquista desse direito, pensei em bolar alguns métodos que facilitassem este contato”, diz Paulo. Não demorou muito e ele percebeu que o teatro a partir de um figurino chamativo surtiria o efeito desejado no curto intervalo de tempo entre as aulas.

”Eu pego os textos bíblicos e conto a história a partir de algum ponto engraçado. As nossas palhaçadas atraem mais adultos e jovens do que crianças, o que nos diferencia do antigo estereótipo de palhaços como o Bozo”,  explica o palhaço Paulinho.

Mesmo gostando do que faz, Souza decidiu não assumir a liderança da Terra dos Palhaços por conta das freqüentes viagens missionárias que faz. Sendo assim, a responsabilidade ficou com líderes das regiões impactadas com o método.

No Brasil existem três grandes pólos do projeto: Curitiba, São Paulo e Belo Horizonte. Marcos Botelho, da equipe de evangelização JV na Estrada e amigo de Paulo César, comanda o núcleo de São Paulo. Segundo ele, o desafio agora é reunir todas as pessoas que realizam o trabalho com palhaços em todo o Brasil a fim de trocarem experiências.

Na capital paulista, o projeto já tocou o coração tanto de líderes evangélicos e executivos quanto de internos da Febem de Tatuapé.  No último, Marcos lembra que o evangelismo alcançou a ala mais perigosa da instituição. "Assim que começamos a contar a história, eles foram se aproximando devagar. Pudemos dizer que existe um pai que nunca se esquece de seus filhos mesmo que este decida estar longe”.

No aniversário de 30 anos da organização Visão Mundial, a Missão Terra dos Palhaços foi convidada para ser mestre de cerimônias diante de vários executivos e pastores. Segundo Botelho, este é um sinal de que a visão do palhaço está mudando para a Igreja, que já consegue enxergar este trabalho como um veículo de propagação de alegria. 

“O evangelho, desde Cristo, é a sua felicidade às minhas custas. Ou seja, isto é amar o próximo como a si mesmo”, ressalta Marcos, que convida os aspirantes a “palhaços de Cristo” a exercerem sua tarefa com excelência e dedicação. “A dica mais importante é fazer tudo com excelência. Nada de pegar qualquer coisa no armário para se vestir de palhaço. Estude expressões corporais e faciais. Tem que haver dedicação e investimento”, finaliza.

Contato:
www.jvnaestrada.com